domingo, 21 de dezembro de 2008

Questionamento ao projeto Catalogue Raisonné Tarsila do Amaral

Publicado em 17/12/2008 pelo(a) wiki repórter ARTESMS, BRASILIA-DF

"A Negra" - Aquarela - Foto: Acervo pessoal
Finalmente aberto ao público o tão esperado resultado do Projeto Catálogo Raisonné, de Tarsila do Amaral (http://www.base7.com.br/tarsila/). Para os colecionadores de Brasília, e provavelmente de outros Estados, certamente dúvidas e uma grande decepção! Como participante do projeto, apresentei um estudo completo em aquarela de A Negra (http://www.liveauctioneers.com/item/2563639), executado em um caderno de estudos que apresenta no verso um estudo de cores, certamente para a plumagem em tons esverdeados da obra. Em que pese não ser assinada, trás no verso uma inscrição em caligrafia cursiva, cujo significado não escaparia à interpretação de olhos mais argutos.A aquarela foi adquirida em 10/2006, em leilão anualmente realizado pela casa de leilões Gorringes/UK (http://www.gorringes.co.uk/). A obra foi anunciada como atribuída a Tarsila do Amaral, que de forma idêntica anunciou um óleo sobre tela no ano de 2005, que foi adquirida por Paulo Kuczynski, com quem tive a oportunidade de conversar em novembro de 2006. Quando recebi a visita da pesquisadora da Base7 (cuja identidade por hora preservarei) em minha residência em Brasília, em novembro de 2006, a aquarela ainda não havia chegado ao Brasil. Entretanto, apresentei à pesquisadora as referências de minha aquisição, mostrando que no ano anterior a mesma casa de leilões havia vendido, em 20.10.2005, um óleo sobre tela por GBP 15,000. Ela reconheceu a obra que havia sido adquirida por Paulo Kuczynski, mas à época me informou que já pertencia a outra família. A obra em questão está hoje catalogada como P156: Fazenda com Sete Porquinhos.Ficou tão entusiasmada com a aquarela que, em minha residência, acessou o banco de dados Base7, mostrando-me alguns estudos, quase todos inacabados. Conforme então me foi informado, fiquei aguardando a expertise das obras na cidade de Brasília, o que nunca chegou a ocorrer.No intuito de tentar submeter a obra a uma avaliação mais criteriosa, enviei nova documentação à Base7, propondo o envio da obra a São Paulo, em 17.10.2007, sem obter qualquer resposta.Mesmo assim, em 12.12.2007, recebi correspondência registrada da Base7, solicitando a confirmação de meus dados pessoais para confirmação de crédito de propriedade de publicação, até 15.01.2008, pois a previsão da publicação do Catálogo Raisonné seria em março/2008. Enviei a confirmação em 14.01.2008.O que se passou com o Projeto Catálogo Raisonné de Tarsila do Amaral, entre janeiro e dezembro/2008, tornou-se um mistério.Parece que o projeto perdeu o rumo, pois em 11.03.2008 recebi uma última correspondência antes da publicação final de 13.12.2008, na qual a Base7 afirmava que a inclusão de novas obras havia sido estendida até 04.03.2008. Assim, afirmava textualmente que "inicialmente prevíamos a publicação de uma primeira versão do CD-ROM, com lançamento na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, no encerramento da exposição Tarsila Viajante. Observamos que com a grande repercussão obtida por esta exposição, novos colecionadores entraram em contato com o projeto, solicitando a análise e catalogação de suas obras. A esses colecionadores foi solicitado que encaminhassem inicialmente o registro fotográfico das obras para primeira avaliação, bem como informações sobre aquisição e dados técnicos das obras impreterivelmente até 07 de março de 2008. A partir dessa data data a catalogação de novas obras foi encerrada". Convenhamos que soa pelo menos estranho a um projeto desse porte, iniciado no final de 2005, que reabra inscrições de novas obras para serem avaliadas no período de poucos meses, vez que essa mesma correspondência indicava o segundo semestre de 2008 para sua finalização. Ademais, um projeto que não conseguiu cumprir o cronograma de expertise, como no caso de minha obra, sequer supriu sua própria ineficácia respondendo a minha solicitação de envio da obra a São Paulo, ou solicitando fotografias com qualidade para uma avaliação minimamente profissional, ou seja, descartando uma obra dessa importância com base em fotos digitais, que diligentemente procurei obter com as limitações técnicas inerentes, pois dava como certa a missão de avaliação com a obra em mãos em Brasília.Nesse sentido, conclamo a todos que se sentiram lesados pela forma com que o projeto foi conduzido, para que entrem em contato pelo meu e-mail, para que possamos fazer um levantamento das questões suscitadas. Formarei um banco de dados com nome / endereço / telefone / descrição da obra / dados sobre origem e um breve comentário sobre os problemas e dúvidas quando de sua participação no projeto. Somente serão cadastradas as pessoas que enviarem dados completos, incluindo um número de telefone fixo para contato.Assim, poderemos levantar uma estatística sobre as obras não reconhecidas pelo projeto e confrontá-las com os dados das obras aceitas. Provavelmente, poderemos reconhecer alguns desvios do projeto, seja por localização geográfica ou outros critérios técnicos.
loghvs.finearts@bol.com.br

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