quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Questionando o Projeto Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral - 2


CULTURA
Questionando o Projeto Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral
Publicado em 27/01/2009 pelo(a) wiki repórter ARTESMS, BRASILIA-DF

A NEGRA - ESTUDO COMPLETO - MINHA COLEÇÃO PARTICULAR - Aquarela - 28 x 25 cm (página do caderno de estudos) - Imagem: 20 x 17 cm - Foto: Acervo pessoal


Dando continuidade ao artigo publicado em 17 de dezembro, apresento novas informações sobre a estrutura e coordenação do projeto em questão.
Cumpre ressaltar que, por honestidade intelectual, tenho comunicado todas as minhas opiniões ao Projeto Base7 e a Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da artista e membro da Comissão Técnica.Quero registrar que não se trata do questionamento feito por um colecionador "magoado" por sua obra ter sido excluída, mas sim buscando através de fatos e dados, as inconsistências e verdades não divulgadas pelo projeto que, ademais, contou com recursos públicos via patrocínio da Petrobrás.Inicialmente quero registrar que Marta Rossetti Batista, que consta nos créditos como membro da Comissão Técnica do Projeto Catálogo Raisonné, faleceu em 31.05.2007. Assim, metade da Comissão Técnica foi composta por membros da família - Aracy Amaral, Gulherme Augusto Amaral e Tarsilinha Amaral, na fase decisiva do projeto, ou seja, por pelo menos 19 meses !!!!!! http://www.base7.com.br/tarsila/Vamos agora a três questões cruciais, que caberá à Comissão Técnica e à Coordenação Geral - Maria Eugênia Saturni e Aracy Amaral, se posicionarem:1 - Com o cancelamento da expertise de obras em Brasília, e como havia apresentado ao projeto um estudo completo em aquarela de A Negra, executado em um caderno de estudos, porque o projeto não solicitou, no mínimo, fotografias de alta definição da obra, de forma a suprir o cancelamento do exame da obra "em mãos", baseando-se apenas em registros fotográficos digitais?2 - O projeto cadastrou 11 obras referentes ao processo criativo A Negra, incluindo nesse total a obra-prima - óleo sobre tela 100 x 80 cm - MAC/USP. Dentre as 10 obras restantes, inclui-se a versão da primeira negra, substancialmente alterado, conforme demonstram nove outros estudos catalogados, sendo dois desses estudos parciais. Assim, à exceção da controversa segunda versão da obra, supostamente executada na década de 1940, grafite e óleo sobre tela - 100 x 80 cm, sem assinatura e sem data ( "esboço de uma segunda versão da pintura, interrompida pelo falecimento da artista, foi encontrado no ateliê de Tarsila." Documentação Aracy Amaral, 2006.), restando assim seis estudos de corpo inteiro de A Negra, contemporâneos à obra final. Notem que todos estes seis estudos de corpo interiro apresentam a perna direita de a negra sobre a perna esquerda, posição inversa daquela da obra-prima !!!!!!Alguém poderia supor que uma pintora meticulosa e genial como Tarsila do Amaral executaria sua obra-prima sem realizar qualquer estudo, mesmo que parcial, introduzindo esta importante mudança conceitual, estética e histórica ????????????????????????????????????Se o Projeto Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral não se atentou para o fato, menosprezou-o ou não tem uma explicação, reproduzo a seguir trecho de uma interpretação do bel. José Roberto Guedes de Oliveira - ensaista, poeta e historiador, cuja íntegra pode ser acessada em meu blog:
http://loghvsfinearts.blogspot.com/
"...Vi o seu E-mail e achei fenomenal a observação do seu amigo Marcelo Valente, de Jundiaí, na pintura da Tarsila do Amaral. A pintora capivariana, que eu conheci quando criança, nos surpreende a todo momento em que se busca desvendar certosaspectos de sua arte. Só para você ter uma idéia, uma das poucas obras no bronze, que ela deixou, foi o busto de Rodrigues de Abreu, existente na Praça Dr. Cesário Motta, em Capivari. Anos atrás analisei todos os detalhes e acabei por descobrir que a pintora esboçou mesmo a figura do irmão do poeta (Agatângelo) e não o próprio Rodrigues de Abreu. É que ela se baseou numa foto que a Comissão Pró-Herma entregou a ela, já que nada cobrou do trabalho.
Mais ainda, a assinatura no pescoço está assinado: Tarcila do Amaral (com "c"). Mas isto é apenas uma curiosidade a mais na vida dessa grande pintora. Além disso, ainda surgem dúvidas sobre a sua naturalidade, que defendo ser capivariana, como eu. Muitos dizem que ela nasceu em Rafard (hoje cidade, mas na época era distrito de Capivari - Fazenda São Bernardo), outros afirmam que ela nasceu em Mombuca (hoje cidade, mas na época pertencia a Capivari), até dizem que ela nasceu em Indaiatuba (há uma casa antiga dela, aqui existente, transformada em ponto turís-tico: Sítio da Dona Rute) e, finalmente, os que dizem ter ela nascida em Jundiaí (é que as fazendas do Dr Juca, pai da Tarsila, se enfileiravam de Piracicaba até Jundiai, tal foi a sua riqueza). Dr. Juca era conhecido como "O Milionário". Bem, vamos ao que interessa. O último quadro da pintora, à óleo, com a perna esquerda em cima da direita, é o correto, na minha tese.
Explico-lhe: o esboço da Tarsila do Amaral foi idealizado nos tempos em que a sua riqueza era visível e o seu pai, fazendeiro riquíssimo, tinha os pendores que hoje poderíamos classificar como "direitista". Possuia escravos, era um tanto quanto prepotente e frequentava somente as festas de elite, ao contrário de sua mulher, que tinha uma sensibilidade apurada para com todos, sem a distinção da riqueza.
Na pintura final, Tarsila do Amaral já era parte integrante do Partido Comunista, junto com Oswald de Andrade (seu marido) que havia inscrito a mesma no PCB. Tanto isso é verdade, que por alguns meses a Tarsila do Amaral esteve presa na França.
O objetivo da Tarsila do Amaral era destacar a "esquerda" em cima da "direita". Portanto, a minha tese era de que ela, propositadamente, retificou a obra e deu como final esta posição, numa conotação essencialmente política partidária. Posso estar errado no meu modo de entender. Mas tive o convívio dela e dos familiares, lá na rua Fernando de Barros, em Capivari, num casarão enorme, que frequentava sempre, juntamente com o meu irmão em seus concertos para a família, das músicas de Tárrega..."
Podem acessar o site do Catálogo Raisonné, que não encontrarão na obra E002 - Rodrigues de Abreu - consta a assinatura "Tarsila" e não "Tarcila", nem a questão de uma eventual reprodução do irmão do poeta, conforme aponta o bel. José Roberto Guedes de Oliveira. Será que teremos que nos deslocar até Capivari/SP para sanar uma imprecisão tão gritante ??????????
Retomando a questão do processo criativo envolvendo a obra-prima A Negra, podem acessar o site do Catálogo Raisonné, onde constam 5 estudos da obra Apaporu" e 3 estudos de antropofagia, todos já na concepção dos óleos sobre telas finais.

Onde se encontra o "elo perdido" de A Negra ????
Com a palavra o Projeto Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral - coordenação geral da base7, Comissão Técnica !!!!!!!!
Acessem o blog:
http://loghvsfinearts.blogspot.com/

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